segunda-feira, 9 de maio de 2011

OS MINISTÉRIOS E SUAS DIVISÕES.

Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo. . . (Ef 4:11-12).
A necessidade do ser humano viver em grupos pode ser sentida desde a sua criação, no Éden (Gn 2:18). Esta constatação foi do próprio criador. Todavia, a convivência em grupo tem também seus problemas e gera novas necessidades. Logo se são muitos os componentes do grupo, muitas são as cabeças e diversas as opiniões. Por isso ao líder é necessário, não para fazer a sua própria vontade, mas para interpretar a vontade do grupo e viabilizar sua execução. Daí a grande importância do líder ter capacidade e a devida preparação a fim de conduzi-lo de maneira a alcançar os reais objetivos.

O QUE É UM MINISTÉRIO?
A palavra ministério vem da palavra grega “diakonia”, que quer dizer servir. Ou seja, Deus, em sua soberania, escolhe alguns homens para certas funções. Ele os chama e concede dons para um ministério específico. Este dom é uma grata ”capacitação” que alguém recebe para desempenhar determinada função no Corpo. Então, observando (Ef 4:11 e 1 Co 12:28), vemos que os ministérios principais da igreja são quatro: apóstolo, profeta, evangelista, pastor/mestre. O ministério de “pastor” não aparece em (1 Co 12:28), pois ali os ministérios estão listados de acordo com os dons e pastor não é dom, é função. Ministério é, portanto, serviço. Todo ministro deve ter em mente essa verdade.

Apóstolos
A palavra apóstolo ocorre mais de oitenta vezes no Novo Testamento. O nome que designa o primeiro ministério estabelecido na igreja (1 Co 12:28), é de origem grega “apóstolos” e significa “enviado”, ou seja, um indivíduo que executa serviço especial, agindo em nome e pela autoridade de quem enviou. Em geral, significa enviado com uma missão especial.
O maior de todos os apóstolos é o próprio Senhor Jesus, que foi enviado pelo Pai para executar sua obra na terra (Jo 4:34 e Hb 3:1). Para que essa obra fosse levada adiante, após sua ascensão, Jesus escolheu doze homens (Mt 10:1,2 e Jo 20:21). Tais homens foram capacitados pelo Senhor com autoridade, poder para operar milagres, ousadia para pregar etc... Tudo isso, mediante a operação do Espírito Santo que lhe fora dado (At 1:8). Toda essa “munição” tinha por objetivo capacitá-los a desbravar todas as frentes por onde fossem, e aí estabelecerem a Igreja de Jesus Cristo. “Esse ministério exigia praticamente que um apóstolo reunisse quase todos os outros ministérios num só homem”.

Profetas
Na Igreja Primitiva, profetas, eram homens de considerável aptidão espiritual, conhecido pelas suas declarações inspiradas, o que os distinguia dos pregadores normais das igrejas. Tais declarações se caracterizavam como uma revelação, uma admoestação ou uma predição. Muitos profetas existiram na história de Israel. Sua presença é constante no Velho Testamento, apontando o caminho para o povo de Deus. Sua importância era tão grande, pois como confirmou Salomão: (Pv 29:18).
No novo Testamento, Deus continuou levantado profetas. O primeiro foi João Batista, que veio no estilo dos profetas antigos, assemelhando-se, sobretudo, a Elias (Mt 11:9-14; Mc 11:32 e Lc 1:76). Seu papel foi preparar o caminho para o profeta maior: Jesus, que, por sua vez, levou outros profetas para orientar a Igreja que surgia. Hoje já não há mais alguém que se distinga através de um ministério profético no modelo exercido pelos profetas dos dois testamentos. Vale ressaltar, porém, que em sentido secundário, ainda há profetas hoje, homens através dos quais Deus fala visando a edificação, exortação e consolação da Igreja. O profeta não é um mero pregador da palavra, um mestre da Bíblia, nem preditor do futuro. O profeta é um ministro de Cristo. Não apela para os poderes da lógica, erudição, oratória, psicologia, ignorância ou misticismo. Sua mensagem pode vir através de uma pregação ou da manifestação do Espírito Santo, através do Dom Espiritual.

Definindo as atribuições da profecia:
EDIFICAÇÃO: construção, elevação, edifício, prédio, instrução, educação, e informação.
EXORTAÇÃO: estímulo, animação, encorajamento, conselho, advertência e sugestão. A exortação ao contrário do que dizem, traz alegria, (At 15:30-31). CONSOLAÇÃO: ato ou efeito de consolar, alívio, conforto, consolo.
Essas são as finalidades da profecia na Igreja, tudo o que passar disso foge às regras bíblicas.


Evangelistas
A palavra evangelista significa mensageiros de boas novas. Na Igreja Primitiva exerciam função especial que era de anunciar o Evangelho. Como não pastoreavam igrejas locais, estavam em condição de ir de lugar em lugar pregando Cristo a todos, como um poderoso ministério, acompanhado da operação de sinais. No entanto, a Bíblia ainda cita Filipe e Timóteo como evangelistas (At 21:8 e 2 Tm 4:5).
Todos os cristãos podem e devem anunciar o evangelho. Todavia, a maioria não é capaz de fazer uma pregação apropriada para o momento contemporâneo. O evangelista é um pregador, e faz isso com maestria, habilidade, e poder que lhe são conferidos pelo Espírito Santo especialmente para esse fim. Evidentemente, nem todo o pregador é evangelista. Consideremos que todo o apóstolo é um evangelista, mas nem todo evangelista um é apóstolo. O Evangelista na conjuntura atual deve ser o maior cooperador do seu pastor, desde que desempenhe seu ministério com o desvelo que merece, combatendo contra as novidades que aparecem. Tendo seu trabalho voltado sempre para a Igreja local.


Pastores
Voltando à origem do termo, um pastor é a pessoa que cuida de um rebanho de ovelhas. Seu trabalho vai desde a procura do melhor alimento para elas, até a defesa contra ladrões ou animais selvagens que possam atacá-las. Ao reconhecer este fato, Davi escreveu o conhecido (Sl 23): “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”. No Novo Testamento esse título já era usado normalmente como o usamos hoje. Jesus disse de si mesmo: “Eu sou o bom pastor” (Jo 10:11). O ministério do pastor na Igreja tem as atribuições que vimos no ínicio: alimentar, cuidar, proteger, defender, conduzir; de acordo com (Ef 4:11-16).
Nas cartas enviadas às sete Igrejas da Ásia ele aparece como o anjo da Igreja (Ap 1:20). Alguns dizem que eram os anjos designados a guardar as Igrejas. Outros, que são anciãos ou pastores das Igrejas locais. Como as sete cartas dos capítulos 2 e 3 de Apocalipse contém repreensões, não é possível crer que fossem endereçadas a mensageiros celestiais. Tratando-se de mensageiros terrenos, estes anjos seriam as pessoas responsáveis perante Deus pelas Igrejas que representavam (Ap 2:1,8,12,18; 3:1,7 e 14). Entendemos neste caso que o pastor é o anjo da Igreja do Senhor na terra.
Em (Hebreus 13:7), o pastor aparece como aquele que deve ser lembrado e imitado em sua fé e modo de vida. Se você é um cristão, deve muito àqueles que lhe ensinaram e lhe apresentaram aquilo que você precisava saber a respeito das Boas Novas e do viver cristão. Continue seguindo os bons exemplos daqueles que investiram algo de si mesmos em sua vida através do evangelho, do serviço e da educação cristã. Na mesma carta aos hebreus ele aparece como aquele que deve ser obedecido, respeitado, pelo motivo de haver recebido de Deus a incumbência de dar contas das almas dos crentes. A tarefa dos líderes da Igreja é ajudar as pessoas a amadurecerem-se em Cristo. Os cristãos que cooperam com seus pastores aliviam-lhes muito o fardo da liderança. A sua conduta dá a seu pastor motivo para falar com alegria a seu respeito?


Presbítero
O termo significa velho, ancião. Na primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé, na ida fizeram trabalho evangelístico e público; no retorno em cada cidade por onde passaram reuniram os convertidos, organizaram igrejas e ordenaram presbíteros (At 14: 21-23). Deveria ser homens de certa idade, firme na fé, inabaláveis no amor e constante na obra do Senhor. Eles foram eleitos pela igreja para desempenhar funções pastorais na palavra, nos batismos, na celebração das ceias etc.
O ministério pastoral surgiu no livro de Atos. Em Jerusalém surgiu o primeiro rebanho pela obra do Espírito Santo. Constituído de 120 pessoas, aumentou para 3,1 mil; foi crescendo sempre até chegar a dezenas de milhares (At 21:20). No princípio, os doze cuidavam de tudo. Houve problemas e os doze cuidaram da oração e da palavra e outros homens passaram a ser designados para outras tarefas. O trabalho do Senhor foi além de Jerusalém e chegaram até Antioquia da Síria. Antioquia organizou trabalhos no continente. Em cada cidade havia presbitérios.
Na era apostólica, encontramos pluralidade de pastores em cada igreja (Fp 1:1). Os presbíteros recrutados entre os convertidos das igrejas, deveriam ser homens de negócios e de trabalho. Alguns se dedicaram grandemente ao trabalho do Senhor e passaram a dar tempo integral ao ministério e o apóstolo Paulo mandou dar a esses homens, duplicada honra (I Tm 5:17).
Pelo retrato que a Bíblia guarda de alguns pastores, homens transformados pelo Espírito Santo, cheio da graça do Senhor, revestido de poder, conduta exemplarem, irrepreensíveis, consagrados, dedicados exclusivamente ao ministério da palavra, bons chefes de família, sérios, operosos e humildes, encontramos reprodução perfeita hoje em muitos obreiros que se sacrificam por Cristo, colocam o Reino de Deus acima de tudo e constituem galeria daqueles que vivem para glorificar o Senhor. A Bíblia alinha nessa imortal galeria de pastores reais, Tiago, o irmão do Senhor, que foi pastor da Igreja em Jerusalém. Paulo e Barnabé somaram ao dom apostolar o dom pastoral.


Mestres ou Doutores
Deus disse: “O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento” (0s 4:6). Esta afirmação nos mostra claramente a importância do ensino da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo disse que não queria que os Coríntios fossem ignorantes a respeito dos dons espirituais (1 Co 12:1). Certamente, Deus não quer que sejamos ignorantes acerca de nenhuma das doutrinas bíblicas, por isso poderia significar nossa destruição. Por esse motivo, estabeleceu mestres ou doutores na Igreja. Estes são pessoas que foram chamados por Deus a exercer o ministério de ensinar aos crentes, isto é, os ensinos, preceitos e mandamentos das Sagradas Escrituras (1Co12:8). Além disso, possuem capacidade intelectual e facilidade de comunicação. Atualmente, o nome que damos a quem exerce esta função é o de professor. Entretanto, o professor não é tratado com a mesma importância, honra e respeito que o mestre recebia nos tempos bíblicos. Provavelmente, trata-se de um problema ligado à conjuntura político-social do nosso tempo, ou, especificamente, da nossa nação, onde a educação é relegada a último plano. A Bíblia valoriza o mestre, como acontecia na comunidade judaica. Acima de tudo, vemos que Deus os valoriza e os estabeleceu na Igreja. Esses homens desempenham uma nobre função, carregam uma grande responsabilidade (Tg 3:1), que só não é maior do que o galardão que os aguardam na eternidade (Dn 12:3).

Ação Conjunta dos Ministérios
Os apóstolos e profetas são os alicerces da igreja, sendo Jesus a principal pedra de esquina (Ef 2:20-22). Os evangelistas são aqueles que buscam o material para a construção. (Mt 22:9). Os mestres são os edificadores. Os pastores são os que zelam pelo “Edifício de Deus” (Hb 13:17 e 1 Co 3: 5 -17). Essa ilustração nos dá uma idéia aproximada de como é a integração do trabalho dos cinco ministérios.

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